quinta-feira, 28 de abril de 2011

Entrevista com descendente de polonês

“Uma família bem polonesa.
Nome: Miguel e Joana Strychalski ( bisavós por parte de mãe)
Ano da vinda ao Brasil : 1890

Local: Colônia Travessão do Tigre, pertencia na época à Companhia colonizadora de Blumenau. Hoje Município de Benedito Novo - SC. Eram aproximadamente 30 famílias polonesas vindas de uma região da Polônia que na época era dominada pela Prússia.

Tradições mantidas: Religiosidade católica, da qual fazem parte  "Kolędy i pastorałki" são canções de natal bem como "gorzkieżale ", canções da quaresma. Ainda, parentes sabem cantar canções de casamentos, festas e comemorações. 

Culinária: Fazem "Pierogi"- pastel de ricota cozido, "pierniki" - bolachas enfeitadas, "czarnina" sopa, "gołąbki"- bolinho de arroz com carne, enrolado em folha de repolho, " Krzan" - raiz forte...

O bisavô era um grande comerciante...mas os netos e bisnetos não seguiram a mesma vocação. Eu particularmente sou professor e músico, meus irmãos trabalham na indústria e comércio bem como meus primos irmãos. É preciso salientar que a maioria dos poloneses que se estabeleceram no "Travessão do Tigre" eram lavradores.

Quanto à discriminação, não houve, pois a comunidade era toda ela de poloneses e os que vinham de fora é que se sentiam "fora do ambiente". Esta auto suficiência colaborou na auto estima destes poloneses e seus descendentes. Não foi assim em todos os lugares pois  muitos eram chamados de "polaco burro", "cabeça branca"...principalmente por causa do sotaque que era próprio dos poloneses e seus descendentes que falavam o polonês e muito mal o português, como o meu caso que até os 10 anos só sabia falar polonês.”
                                                        
Ignácio Arendt




Esta é a Casa da Cultura do Imigrante de Dom Feliciano - RS, que possui a Biblioteca P.M. Francisco Valdomiro Lorenz, o Museu Municipal com a preservação da história da imigração polonesa e o Departamento de Cultura e Turismo.




Assista!



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